sexta-feira, novembro 18

Homo Consumens ?

Aos homo "sapiens" (*) ainda de plantão,
bom fim de semana!
Abraços à todos


" Existem poucas coisas que nós desejaríamos de forma intensa

se nós soubéssemos realmente o que queremos."

La Rochefoucauld, Máximas



" (..) se a mudança de valores não vier por bem, ela virá por mal. Se os bilhões de "excluídos" do planeta insistirem em conceber a busca da felicidade como a "interminável acumulação de bens de consumo", então o meio ambiente e a biosfera não suportarão o desaforo. O limite irá se impor de for a para dentro"

Eduardo Giannetti, Felicidade


"A vida consumista favorece a leveza e a velocidade; e também a novidade e a variedade que elas promovem e facilitam. É a rotatividade, não o volume das compras, que mede o sucesso na vida do homo consumens. Mas, usada repetidamente, a mercadoria adquirida impede a busca por variedade, e a cada uso a aparência da novidade vai se desvanecendo e se apagando. Pobres daqueles que, em razão da escassez de recursos, são condenados a continuar usando bens que não mais contêm a promessa de sensações novas e inéditas. Pobres daqueles que, pela mesma razão, permanecem presos a um único bem em vez de flanar entre um sortimento amplo e aparentemente inesgotável. Tais pessoas são excluídos na sociedade de consumo, os consumidores falhos, inadequados,  os incompetentes, os fracassados - famintos definhando em meio a opulência do banquete consumista. "

(...)

" Afinal, automóveis, computadores ou telefones celulares perfeitamente usáveis, em bom estado e em condições de funcionamento satisfatório são considerados, sem remorso, como um monte de lixo no instante em que novas e aperfeiçoadas versões  aparecem nas lojas e se tornam o assunto do momento. Alguma razão para que as relações sejam consideradas uma exceção à regra?"


Zgmunt Bauman,  Amor Líquido (Sobre a fragilidade dos laços humanos)


(*)Homo sapiens; ("homem sábio", nome científico dos seres humanos)

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