terça-feira, julho 12

Pequeno ensaio sobre o auto-engano


 

O Auto-Engano faz parte da nossa natureza.

Embora paradoxal, são várias as ocasiões que acreditamos nas mentiras que contamos para nós mesmos: estamos sempre certos, traduzimos positivamente emoções ou lembranças que possam macular a nossa auto-imagem como forma de evitarmos sofrimento e, não raro, superestimamos nossas qualidades.

Como já dizia Aristóteles: "Ninguém é bom juiz em causa própria (A Política)".

Percebi que é preciso auto-engano para que possamos ousar buscar nossos sonhos. A sincera auto-ilusão de que, apesar de todos os pesares, existe a chance de alcançarmos o inimaginável (mesmo que esta chance seja mais um engano) é que, freqüentemente, nos empurra ladeira acima em direção à busca da realização.

O verbo sonhar permeia nosso caminho na Terra.
O que nos falta é justamente uma suposta "tolice"…

Falta-nos talvez, "tolice" ou "inocência" para sermos auto-enganados com respeito às dificuldades que nos separam dos nossos desejos e seguir em frente. Talvez isso, simplesmente, nos fizesse mais felizes. Felizes agora! Felizes simplesmente por estar trilhando um caminho em direção ao sonho.

Porque afinal de contas, pode ser que, ao acreditar nas realidades da vida, possamos estar também nos auto-enganando...

Abraços,

Carlos Santanna

 


Nenhum comentário: