quinta-feira, setembro 6

O último dos réprobos

“Quem ousaria, portanto, lançar um olhar no inferno das angústias morais, as mais amargas e mais inúteis, onde provavelmente definharam os homens mais fecundos de todos os tempos! Quem ousaria escutar os suspiros dos solitários e dos transviados: ah! Dêem-me ao menos a loucura, poderes divinos! Dêem-se delírios e convulsões, horas de claridade e de trevas repentinas, aterrorizem-me com arrepios e ardores que jamais mortal algum experimentou, cerquem-me de ruídos e de fantasmas! Deixem-me uivar, gemer e rastejar como um animal: contanto que adquira a fé em mim mesmo! A dúvida me devora, matei a lei, sou o último dos réprobos.”

 

Nietzsche, Aurora, Significação da loucura na história da humanidade.

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