"A lei natural não dá direito a felicidade; ao contrário, prescreve miséria e sofrimento. Sempre que o alimento é exposto, acorrem parasitas de todas as partes e, se não em número suficiente, logo outros se apressam em nascer. Com pouco a presa mal é suficiente para eles, e logo em seguida já não lhes basta, pois a natureza não faz cálculos; procede por experiências. Quando o alimento começa a rarear, eis que os consumidores devem diminuir através da morte precedida pela dor; assim é que o equilíbirio, por um instante de restabelece. PARA QUE LAMENTAR-SE? No entanto, todos se lamentam. Os que nada tiveram da presa morrem gritando contra a injustiça e os que tiveram parte dela acham que deviam ter direito a muito mais. POR QUE NÃO MORREM E NÃO VIVEM EM SILÊNCIO? Por outro lado é simpática a alegria de quem soube conquistar uma parte exuberante do festim e se manisfeta em pleno sol entre os aplausos. O ÚNICO GRITO ADMISSÍVEL É DE QUEM TRIUNFA."
Italo Svevo, A Consciência de Zeno
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