quinta-feira, dezembro 3

Tu tremes com medo do que nunca virá

Antes, em vôo ousado, a imaginação

Subia até aos céus, plena de alento:

Hoje basta um espaço para a ilusão

Se afundar nos abismos do tempo.

Logo o cuidado se aninha bem dentro

Do peito e traz secreto sofrimento;

Balança inquieto, estorva prazer e paz,

São sempre novas as máscaras que traz:

É casa e bens, mulher e filhos que tiverdes,

Água, fogo, punhal, veneno, eu sei lá;

E tu tremes com medo do que nunca virá,

E choras sem cessar aquilo que não perdes.”




Gothe, Fausto




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