" O que denominamos monstros não o são perante Deus, pois só Deus distingue e aprecia, na imensidade de Suas obras, as formas infinitas que imaginou. É provável que tal ou qual que nos espanta se prenda a outra do mesmo gênero, desconhecida do homem e que no entanto d´Ele provenha. Tudo o que emana de Sua infinita sabedoria é belo e decorre de leis gerais; mas, as relações dessas coisas entre si e sua ordenação escapam-nos.[ o homem não se admira com que vê amiúde, ainda que lhe ignore a origem; mas se ocorre o nunca viu, considera-o um prodígio - Cícero] Dizemos do que vemos habitualmente que é contrário a natureza; tudo, entretanto, obedece 'as suas leis. A razão universal e natural deve pois expulsar de nós a surpresa que a novidade provoca."
Montaigne, Ensaios, A propósito de uma criança monstruosa
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