Amante da sabedoria é a tradução literal de "filósofo", que tem sua origem em filosofia, do Lat. philosophia ou do Gr. philosophía, "amor ao saber", segundo o dicionário on line Priberam. Esse blog foi criado com a finalidade de compartilhar com todos minhas viagens por livros, textos e ensaios filosóficos que de alguma forma me despertam para outras realidades...
sábado, março 24
Do que só pode florescer quando é livre e espontâneo
Cuja a doutrina é: escolhe tua eleita,
Dentre a multidão, para amiga ou amante,
E todas as outras, mesmo a bondosa, e a brilhante,
Esquece de vez; seja êste o código, embora,
Da moral moderna e estrada a fora,
Dos pobres escravos, a passos tardos percorrida,
Que vão para casa, entre a massa falecida,
Pelos amplos caminhos do mundo, e desta forma azada,
Levando da corrente o amigo, ou talvez a inimiga malvada,
Cobrem a mais longa e penosa caminhada"
Percy Bysshe Shelley
Citação do livro de Bertrand Russell,
O Casamento e a Moral
domingo, março 18
Desejos e necessidades
Voltaire, Micromegas
terça-feira, março 13
Sem sentido
Então tudo começa
Meus olhos encontram o absurdo.
Pseudo urgências fazem alarde.
Levantei-me sem ter sentido.
O espelho ofereçe-me seu logro.
A consistência fluida da água corrente me escapa por entre os dedos.
Perdi no ralo da pia os propósitos, os motivos e os objetivos.
Abro a armário e escolho uma fantasia.
Mastigo mecanicamente algo com gosto de nada.
Saio sem ter sentido.
Acendem-se as luzes, abrem-se as cortinas do mundo.
Tudo se move mas não se desloca.
Sim ouço a música, mas onde está o maestro?
Todos tocam a esmo.
Busco meu lugar na orquestra, olho a partitura.
Não entendo,
Para mim parece sem sentido.
quarta-feira, março 7
Nem a ternura fulgaz desses belos olhos, nem os ruídos da rua, nem a claridade titubeante do amanhecer!
“Cada instante só surge para trazer os que se seguem. Apego-me a cada instante com todo o meu coração: sei que é único; insubstituível, e no entanto não faria um gesto para impedi-lo de se aniquilar. Esse último minuto que passo em Berlim, em Londres, nos braços de uma mulher que conheci na antevéspera, minuto que amo desesperadamente, vai terminar eu sei. Não tornarei a encontrar essa mulher, nem essa noite nunca mais. Debruço-me sobre cada segundo, tento esgotá-lo; nada se passa que eu não capte, não fixe para sempre em mim, nada, nem a ternura fulgaz desses belos olhos, nem os ruídos da rua, nem a claridade titubeante do amanhecer: e no entanto o minuto se esgota e não o retenho, gosto que passe”
A NÁUSEA
Jean Paul Sartre