Bom feriado !
Abraços,
" Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, o que
A prata a preta têmpora assedia;
Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que o rebanho estendia a sombra franca
E em feixe atado agora o verde trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;
Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois graças do mundo em abandono
Morrem ao ver nascendo a graça nova.
Contra foice do Tempo é vão combate,
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate"
Shakespeare, Sonetos
" Lancemos o olhar bem adiante para o futuro, e procuremos nos representar às gerações vindouras, com seus milhões de indivíduos, de costumes e modos tão estranhos para nós: uma questão, então, nos surge : mas de onde virão todos esses homens? Onde estão agora? Onde é o vasto ventre do nada prenhe de mundos, que contém agora as raças que virão? A verdadeira resposta, sorrindode tal interrogação, seria: e onde deveriam estar senão lá, onde sempreo real foi e será, no presente e no seu conteúdo, por conseguinte em ti, interrogador iludido pela aparência das coisas, que se assemelha, nessedesconhecer do seu próprio ser, à folha da árvore, que, no outono, murchando e na iminência de cair, chora seu extinguir e não quer ser consolada com aperspectiva do fresco e novo verde que revestirá a árvore na primavera e lamenta-se: Não sou isso! Essas folhas são totalmente outras!
Ó folha insensata!
Para onde pretendes ir?
E de onde devem vir as outras?
Onde é o nada, cujo o abismo temes? "
" Conhece teu próprio ser, aquele que justamente que em ti é tão sedento de existência , conhece-o na força íntima, misteriosa, na força ativa da árvore, que sempre uma e a mesma, em todas as gerações de folhas, se mantém ao abrigo do nascer e morrer. E então Qualis foliorum generatio, talis et hominum. (*) "
(*) Tal como as folhas nas árvores, assim são as raças dos homens
Arthur Schopenhauer, Da Morte
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