sexta-feira, outubro 28

Apologia a Reymond Sebond

Precisar é um verbo relativo…
Bom fim de semana
Abraços !


" É prova irrefutável de fraqueza de nosso julgamento
apaixonarmo-nos pelas coisas só porque são raras e
inéditas, ou ainda porque apresentam alguma dificuldade,
muito embora não sejam boas nem úteis."

Montaigne, Ensaios, Das vãs sutilezas



" Esses desejos supérfluos, introduzidos em nós pela ignorância do bem e a predominância de idéias falsas, são tão numerosos que rechaçam quase todos os apetites naturais "

Montaigne, Ensaios, Apologia a Reymond Sebond



"Se o homem fosse sensato, a cada coisa daria um valor, segundo sua utilidade e adequação a vida"

Montaigne, Ensaios, Apologia a Reymond Sebond

sexta-feira, outubro 21

O Amor

 
O que é o amor?
Abraços e um ótimo fim de semana,





" O amor nunca repousa.

 A incompletude é seu destino, pois a falta é sua definição.

 Dorme ao ar livre, perto das portas e caminhos e a indigência é sua eterna companheira;

Ora florescente e cheio de vida, ora morre, depois renasce.

Rico, no entanto, de tudo o que lhe falta e pobre para sempre, de tudo que o persegue

Sempre entre a fortuna e miséria, entre o saber e a ignorância, entre a felicidade e a infelicidade.

Filho da Boêmia, sempre na estrada, sempre em caminho, sempre em falta

Nunca saciado, nunca farto, nunca satisfeito "

Andre Comte Sponville,

Pequeno Tratado das Grandes Virtudes,

O Amor







"O que é amar? É carecer do que se ama e querer possuí-lo sempre"

Plotino



sexta-feira, outubro 14

Exortação à filosofia


Um ótimo fim de semana filosófico.
Abraço,



 "Nunca se protele o filosofar quando se é jovem, nem canse o fazê-lo quando se é velho, pois que ninguém é jamais pouco maduro nem demasiado maduro para conquistar a saúde da alma. E quem diz que a hora de filosofar ainda não chegou ou já passou assemelha-se ao que diz que ainda não chegou ou já passou a hora de ser feliz".

Epicuro




O valor da filosofia

" ( ...) O valor da filosofia, na realidade, deve ser buscado, em grande medida, na sua própria incerteza. O homem que não tem algumas noções de filosofia caminha pela vida afora preso a preconceitos derivados do senso comum, das crenças habituais de sua época e do seu país, e das convicções que cresceram no seu espírito sem a cooperação ou o consentimento de uma razão deliberada. Para tal homem o mundo tende a tornar-se finito, definido, óbvio; para ele os objetos habituais não levantam problemas e as possibilidades infamiliares são desdenhosamente rejeitadas. Quando começamos a filosofar, pelo contrário, imediatamente nos damos conta (como vimos nos primeiros capítulos deste livro) de que até as coisas mais ordinárias conduzem a problemas para os quais somente respostas muito incompletas podem ser dadas. A filosofia, apesar de incapaz de nos dizer com certeza qual é a verdadeira resposta para as dúvidas que ela própria levanta, é capaz de sugerir numerosas possibilidades que ampliam nossos pensamentos, livrando-os da tirania do hábito. Desta maneira, embora diminua nosso sentimento de certeza com relação ao que as coisas são, aumenta em muito nosso conhecimento a respeito do que as coisas podem ser; ela remove o dogmatismo um tanto arrogante daqueles que nunca chegaram a empreender viagens nas regiões da dúvida libertadora; e vivifica nosso sentimento de admiração, ao mostrar as coisas familiares num determinado aspecto não familiar."

Bertrand Russell

sexta-feira, outubro 7

A Sociedade do Espetáculo

Pois é…
Bom fim de semana,
Abraço,


" Wotcha man as the bills around you grow
Providing you take a loan to pay for them all
Help a hand when the one close by you falls
Depending if the fool keeps spending it all

You can have it all but you’ve got to pay
(You can have it!) Credit cards, mortgage, 

Home loans for your holiday "

Simply Red, Home Loan Blues


      "O espetáculo consiste na multiplicação de ícones e imagens, principalmente através dos meios de comunicação de massa, mas também dos rituais políticos, religiosos e hábitos de consumo, de tudo aquilo que falta à vida real do homem comum: celebridades, atores, políticos, personalidades, gurus, mensagens publicitárias tudo transmite uma sensação de permanente aventura, felicidade, grandiosidade e ousadia. O espetáculo é a aparência que confere integridade e sentido a uma sociedade esfacelada e dividida. É a forma mais elaborada de uma sociedade que desenvolveu ao extremo o ‘fetichismo da mercadoria’ (felicidade identifica-se a consumo). Os meios de comunicação de massa são apenas ‘a manifestação superficial mais esmagadora da sociedade do espetáculo, que faz do indivíduo um ser infeliz, anônimo e solitário em meio à massa de consumidores’".

      Guy Debord, A Sociedade do Espetáculo